“Tragicamente, o homem está perdendo o diálogo com os demais e o reconhecimento do mundo que o rodeia; quando é nele que se dá o encontro, a possibilidade do amor, os gestos supremos da vida. (…) “É urgente reconhecermos os espaços de encontro que podem nos salvar de ser uma multidão massificada, assistindo isoladamente à televisão” (….) “A coragem nos falta quando estamos sozinhos e isolados, mas não quando mergulhamos na realidade dos outros de tal maneira que é impossível voltar atrás (…) O essencial da vida é a fidelidade ao que acreditamos ser nosso destino, que se revela nos momentos decisivos”. Estre trechos são do livro A Resistência, publicado recentemente no Brasil (Cia. Da Letras), do escritor argentino Ernesto Sabato.
Esse livro me comoveu por vários motivos, não só pela convicção humanista e inabalável confiança no ser humano, aqui reafirmadas, mas também por sua desolada constatação do perigo que essa humanidade hoje enfrenta, ou seja, deixar de ser humana.
Sabato vale-se de uma linguagem quase confessional, na forma de seis cartas dirigidas ao leitor, com travos de amargura, eu diria, para falar de sua perplexidade diante destes complexos tempos, por certo de difícil aceitação para quem atravessou um século (o escritor completará 100 anos em 2011), mas sempre coerente com o seu espírito inquieto e combativo. Um escritor, que optou por um papel que vai além do papel.
Apesar de sua literatura refletir essas convicções éticas e participativas, Sabato soube evitar que sua literatura não estivesse exatamente a serviço de nenhuma causa, muito menos de nenhuma ideologia, porque aí não estaria fazendo literatura, mas panfleto, armadilha em que muito mergulharam, buraco do qual jamais conseguiram sair. Além das idéias, a sua obra tem o compromisso com a forma, com a linguagem, com a arte literária. O escritor, sim, tem o compromisso com essas questões da cidadania, da participação. A isto posso chamar de “identificação”. Sim, isso vem de encontro à nossa utopia, a de manter e de reconhecer “os espaços de encontro”, “gestos supremos da vida”. Bem haja Maestro Sabato!. (dtv)
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