DRA. DALILA. Se você visse num filme, acharia que é exagero: uma menina nascida numa ilha de Portugal, que estudou apenas o primário, imigra para o Brasil com os pais e faz um curso de datilografia, entre outros, que lhe garante um bom emprego de secretária. No início da vida adulta, conhece em SP um migrante piauiense, que já vivia pelas bandas do ABC, estudando e trabalhando. Enquanto a vida ganha forma, com filhas, netos, netas e muitos amigos, a menina ama os livros e escreve poemas. Acompanha de perto as lutas dos anos 1970/80 no Sindicato em que seu marido trabalha e vê nascer um Partido dos Trabalhadores das mãos de gente que conhece de perto. Sem saber, sabendo, ela está no centro da história. A vida segue e a menina continua amolando seus versos, mas algo lhe diz que, nesse país para o qual a luta dos trabalhadores acena, seria preciso mais poesia. Dá início, então, a um trabalho que vai bem além de sua própria obra, convocando e envolvendo todos que pudessem se juntar a ela, primeiro, para voltar à escola, lugar em que ficou bem menos do que gostaria. Em pouco tempo, não há quem não a veja levando poesia e um bando de poetas para escolas, depois criando um centro cultural, editora e livraria que se torna referência para todos que amam os livros nesta região: os aplausos são mais fortes, vêm cada vez de mais longe. Trabalha, trabalha, arruma os versos, ergue a voz, se movimenta, junta mais gente, enquanto vê o partido que surgiu nos arredores de sua vida chegar à presidência da República e, entre outros feitos, criar uma Universidade Pública na região que, hoje, é sua como de muitos poucos. Nos corredores da Universidade, no entorno dela, no meio dos quase 3 milhões de habitantes da região, não vai ser difícil encontrar aqueles que, em algum momento, ouviram sua voz espalhando poesia por aí, dando o tom e, se preciso, desafinando o coro. Eles logo a reconhecem, reconhecem o colosso que sua atuação pela Cultura erigiu numa pequena casa na R. Eduardo Monteiro, 151, e, sábios que são, levam a Universidade até ela, esticam o campus até o lugar em que a pequena portuguesa semeou o que parecia impossível com as frágeis ferramentas da poesia. Não é difícil ver os fios de todos aqueles sonhos tecendo algo ainda mais vivo tantos anos depois. Se você visse num filme, acharia que é ficção demais, mas ontem nós vimos Dalila Isabel Agrela Teles Veras receber o justíssimo título de Doutora Honoris Causa na Universidade Federal do ABC e, de repente, é como se tudo ali tivesse sido construído para esse momento. E para ser ainda mais bonito daqui em diante. Tarso Menezes de Melo
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